terça-feira, 10 de maio de 2011

HQND

Vou escrever sobre um assunto que não gosto, pois a grande maioria das pessoas não estão preparadas para discutir sobre o assunto, é um assunto que ganhará destaque daqui uns cinquenta anos (estou dando uma de Nostradamus), não nesse momento. Mas de tanto ser questionado, resolvi escrever sobre o assunto e tentar encontrar pessoas e principalmente famosos, que pensam como eu. Poucos tem conhecimento dos HQND - Homens Que Não Dirigem. Como explicar para homens e mulheres que existem pessoas (como eu) que não tem interesse em carros, que é uma opção não querer dirigir, que temos outras prioridades, que ter carro não tem relação com minha estabilidade financeira, que não precisamos de carros para nos afirmarmos na sociedade. De tanto ser indagado pelo fato de não ter carro, já ando quase que perdendo a paciência com o tema; tem suas vantagens, é claro, as interesseiras e os interesseiros não fazem parte das minhas relações. Mas para me sentir um pouco melhor e não achar que estou sozinho nessa "sociedade de motores, latas e silicones" vou citar alguns famosos que não dirigem ou dirigiram, entre eles Jean Paul Sartre, Nelson Rodrigues, Xico Sá, Woody Allen, Paulo Francis entre outros.




segunda-feira, 9 de maio de 2011

PARADGMAS:UMA ESCOLHA DE VIDA

Atualmente a juventude está a beria de um grande paradgma, na verdade dois paradgmas. O pior é que muitos jovens estão passando a beira desse paradgma sem entendê-lo, e poir ainda, muitos nunca entenderão. Na realidade existem dois "tipos de jovens" e isso independe da idade. Ser jovem não tem nada a ver com a idade e sim com seu "estado de espírito". Mas voltando ao assunto, vamos tentar fazer um pequeno diferencial entre essas duas espécimes de jovens. Vamos começar pela grande maioria. Primeiramente não são muito adeptos ao estudo, fazer uma faculdade não é algo primordial em suas vidas, ter uma profissão ou uma carreira não faz parte de seu planejamento de vida, dão valor excessivo a roupas da moda e especial a carros, trabalham quase que exclusivamente para por combustível em seus carros e motos, namoram muitas meninas e meninos, vivem a vida intensamente, agora no presente, não pensam muito no futuro; vivem em função de passar uma imagem aos outros (nem sempre verdadeira), para eles os bens materiais transmitem poder, possuem muito tempo livre para ir a festas e se divertem muito, normalmente casam cedo. Já o segundo grupo, que é a minoria, é composto por pessoas que sonham em ter uma profissão, uma carreira, por isso dão muito valor ao estudo e ao conhecimento, para eles o conhecimento é poder, normalmente trabalham e estudam ao mesmo tempo, não obtendo muito tempo para sair e se divertir com amigos, pensam em adiar o casamento e ter filhos o máximo possível; muitos preferem um livro do que uma roupa de marca. Vamos voltar novamente ao primeiro grupo; em torno dos quarenta anos de idade dizem que já fizeram de tudo, que aproveitaram bem a vida, agora é sossego, normalmente já terão mais do que dois filhos, trabalham bastante e ganham pouco, uma vida familiar com certa dificuldade, as festinhas acabaram, agora deram lugar a jogos de carta, jogos de bocha, comer pipoca na vizinha, visitar familiares aos domingos e vivem em função dos filhos, a vida é uma eterna rotina, raramente sairão com seu companheiro ou companheiro para jantar fora, viajar então, bom isso não faz parte de suas vidas, é algo muito distante de suas realidades. Por outro lado, o segundo grupo aos quarenta anos terá uma certa estabilidade financeira, casa própria, carro próprio, poucos filhos, um bom emprego ou negócio próprio, terão uma renda financeira condizente com suas realidades e expectativas, acreditam que depois dos quarenta é que realmente vão viver mais, pois a estabilidade financeira lhes permitirá viajar, sair com maior frequência, e pensar com planejamento na vida dos filhos, e continuam sempre se especializando, o estudo é uma constante. Esses são os dois paradgmas, as duas opções, as escolhas, cada um opta por aquilo que entende ser melhor; claro que sempre haverá excessões á regra, mas na grande maioria as pessoas "vivem essas duas situações e acabam indo nessas direções". Viver o presente sem pensar no futuro ou viver o presente pensando no futuro, cabe a escolha, não existe certo ou errado, existem sim, uma opção de vida, muitos fazem suas escolhas livremente, intencionalmente; outros não, muitos nunca saberão disso, não sabem que existem escolhas, cada um é cada um, como diz um amigo, "cada cabeça é uma sentença". Boa sorte a todos...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

HOMEM-DEPENDÊNCIA...DA MULHER

Vou aqui tratar de um tema que os machistas de plantão não vão gostar, muitos menos as serviçais de plantão (acreditem elas não gostam mesmo). É interessante analisarmos a quantidade de homens que são totalmente dependentes das mulheres em situações cotidianas; vou citar alguns exemplos: vão tomar banho sem toalha e sem roupas, vão almoçar e esperam ser servidos, nunca secam o banheiro após o banho, fazem um escândalo quando vão sair e encontram seus sapatos sujos, precisam ser lembrados constantemente para não esquecer os documentos em casa....Certa vez tentei conversar com uma mulher (serviçal, escrava...independente) que vivia em função do marido e de suas necessidades, ela acha que suas atitudes são condizentes com sua vida; resumindo: muitas mulheres foram educadas para isso...para servir. O homem assim tornou-se dependente da mulher e a mulher independente do homem, que contradição...cada vez entendo menos, e eu que achava que a mulher era submissa ao homem, quer dizer muitas são enormemente submissas e... independentes. As coisas poderiam ser mais simples se todos, homens e mulheres pudessem ser independentes ou melhor...não dependentes. Entenda quem puder.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

SEGURANÇA NO TRÂNSITO

Passei os últimos dias em Porto Alegre, fazendo um curso na Assembleia Legislativa. As pessoas que me conheçem sabem o encanto que tenho por essa cidade, porém Porto Alegre sempre tem algo novo para me impressionar. E merece destaque a educação no trânsito, em especial no centro da cidade, o respeito dos motoristas com os pedestres é digno de citação, basta alguma pessoa por o pé na faixa de segurança os carros imediatamente param, a segurança é muito grande ao atravessar a rua. Ao contrário de certas cidades, como Passo Fundo, onde é praticamente suícidio atravessar na faixa de segurança sem olhar para os lados.

terça-feira, 19 de abril de 2011

COMPLEXIDADE EM EDUCAÇÃO

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

Ontem, falei aqui das dificuldades de ser complexo. É muito complicado. Daí a preferência de alguns pelos simplismo. Em educação, complexos e simplistas travam batalhas e mais batalhas. O nostálgico pedagógico adora dizer que no seu tempo era melhor. Antigamente é que era bom. De que tempo se fala? Do século XX da Primeira ou da Segunda Guerra Mundial? Do nazismo ou do comunismo? Das ditaduras sul-americanas ou da Guerra Fria? Antigamente é que era bom: o professor ensinava e o aluno aprendia. A maioria esmagadora da população era de analfabetos. Eta, tempo bom! Conheço um sujeito, latinista deslumbrado, cujos raciocínios confusos me impressionam, que vive dizendo: "Quem estuda latim pensa com mais clareza".

Os nostálgicos desse passado mítico defendem a volta do "ensino tradicional", algo como disciplina férrea, tabuada na ponta da língua, ditado todo dia, os afluentes do Amazonas na memória, alunos levantando quando o professor entra e, se duvidar, aula de moral e cívica. Estou, claro, simplificando. Sonham com um tempo em que memorizar era decisivo, pois não havia memória artificial. Querem voltar à era pré-Google. Já os novos pedagogos apostam no lúdico, na liberdade e na construção do conhecimento pelo principal interessado, o aluno. Costumam detonar as chamadas aulas expositivas, aquelas em que o professor fala e o aluno escuta. Ou finge. Exageram um pouco. As aulas podem e devem ser lúdicas. Mas sempre haverá a exigência de uma pontinha de sacrifício. Também se aprende ouvindo. Ou ninguém pagaria R$ 200 mil por uma palestra do Lula. Nem haveria público para o Fronteiras do Pensamento. Ou é puro espetáculo?

É mais difícil ser professor hoje: precisa convencer, encantar, mobilizar e liderar. Não funciona na palmatória, no grão de milho, no castigo ou no discurso de autoridade. É mais fácil ser professor hoje: há mais informação disponível e mais meios tecnológicos de acesso a essas informações. Quem busca soluções simplistas para problemas complexos, pensa assim: precisamos reprovar mais. É a "doma" tradicional. Na paulada. Sempre me revoltou uma coisa na administração do ensino: o aluno cursava, sei lá, seis matérias num determinado ano da escola. Rodava numa. Era obrigado a repetir todas. Por quê? Porque a escola não sabia se organizar de outra maneira para oferecer-lhe a repetição da disciplina em que fora reprovado permitindo que avançasse nas outras. Para ficar nessa linguagem crua, a punição era desproporcional ao erro. A questão maior era de custos.

Obrigava-se o aluno a repetir tudo por uma questão de economia. Era mais fácil e mais barato inseri-lo totalmente na turma seguinte. Ainda é? Sou professor universitário. O nível dos alunos que nos chega a cada semestre é muito bom. Não fica atrás, por exemplo, do nível da minha turma, que entrou na universidade em 1980. Em alguns aspectos, os alunos de hoje são superiores. Por exemplo, em domínio de língua estrangeira. Chega de nostalgia. Cada época produz o seu imaginário pedagógico.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

DEPOIS DOS TRINTA...

Todos deveriam nascer depois dos trinta anos, a vida seria bem melhor. Casar depois dos trinta, namorar depois dos trinta, fazer sempre uma faculdade depois dos trinta. Escolher nossas amizades depois dos trinta, frequentar lugares depois dos trinta. Quantos erros seriam evitados, quantos acertados teriam acontecido. Errar é preciso...acertar também...Para muitos a vida tem sentido dos vinte aos trinta anos, quando vão dar conta terão quarenta anos mal vividos. Para outros a vida tem sentido dos trinta aos quarenta anos, vão perceber que a vida não teve sentido antes disso. Para outros a vida terá sentido aos sessenta anos. Para a maioria, porém, a vida nunca terá sentido, e eles nunca saberão disso. São paradigmas de vida...ou da vida. Escolhas conscientes..inconscientes.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

PESSOAS FELIZES ESCREVEM MENOS

Um grande escritor recentemente falecido mencionou certa vez que que quando estamos felizes ou "de bem com a vida" temos dificuldade em escrever. Tal citação realmente tem certo sentido. A felicidade inibe a criatividade no ato de escrever. Imagino a dificuldade de colunistas que escrevem diariamente, independente do humor e do estado de espírito. Estar triste, angustiado, infeliz, ansioso...tende a levar as pessoas a escreverem com maior facilidade, seria um bom caso de estudo isso, uma boa pesquisa a ser desenvolvida. Realmente pessoas felizes escrevem menos....

sexta-feira, 18 de março de 2011

DERROTANDO DEUS E A NATUREZA

* David Coimbra

A história da Civilização é a história da luta do homem contra a Natureza. História violenta, porém breve: não passa de 12 mil anos, enquanto a nossa espécie, o Sapiens Sapiens, tem mais de vinte vezes isso. Portanto, a verdade é que o homem viveu na chamada “harmonia com a Natureza” durante a maior parte do tempo da sua existência na Terra.
A agricultura rompeu com esse modelo de vida, fundou o sedentarismo e, por consequência, a Civilização. Pois a agricultura, a base da Civilização, é talvez a mais cruenta e implacável agressão à Natureza.
Quando os americanos civilizados enfim derrotaram os peles vermelhas bárbaros, um agente do governo colocou uma enxada nas mãos do último chefe índio rebelde, o altivo Touro Sentado. Era o símbolo eloquente do fim de uma era. Os índios deveriam se conformar com a troca do seu estilo de vida, o nomadismo livre, pelo do homem branco, a agricultura sedentária. Na visão deles, uma proposta abjeta. Não que não quisessem trabalhar, mas como poderiam aceitar a ideia de plantar, de derrubar árvores, de ferir o solo? De mudar o que a Natureza havia disposto? Tratava-se de um crime contra a ordem imemorial da existência.
A Bíblia também aborda esse tema. De modo metafórico, como tudo o mais na Bíblia. A rivalidade entre os irmãos Caim e Abel se desenvolve porque Jeová, o colérico deus hebreu, prefere Abel, o pastor, a Caim, o agricultor. Ou seja: Jeová preferia o nomadismo à Civilização. Mas quem venceu foi a Civilização, valendo-se dos usuais métodos civilizados: Caim matou Abel e espalhou sua prole pelo mundo. Caim venceu, a despeito da vontade de Deus.
Logo, a Civilização, que ataca e domina a Natureza, que prende o homem à terra, que o reprime social e sexualmente, a Civilização que não é do agrado nem de Deus, essa Civilização é mais forte do que os instintos do homem e do que os arbítrios da Natureza. Somos obrigados a conviver com ela. Até porque não saberíamos nos tornar nômades de novo e as manadas de búfalos que alimentavam os índios americanos já não existem mais, dizimadas que foram pelos homens civilizados, como Caim dizimou Abel e sua prole presuntiva.
Logo, continuaremos usando energia, e talvez usemos a energia de usinas atômicas; não adotaremos bicicletas em detrimento de carros mais velozes e mais confortáveis; não cessaremos a produção de transgênicos, porque sem eles não temos como alimentar 6,5 bilhões de seres humanos; não vamos parar de consumir, de construir e de destruir.
Assim é a Civilização. Nem Deus pode com ela.
O que a Civilização precisa é aprender a fazer tudo isso com racionalidade. Precisa aprender mais sobre a Natureza, para domá-la com maior eficiência. Se soubesse mais sobre a Natureza, e não ficasse à mercê de seus desígnios, a Civilização anteciparia enchentes, terremotos e tsunamis. E evitaria tragédias, tanto domésticas, como a nossa de São Lourenço, quanto internacionais, como o cataclismo do Japão.
Não é certo que a ação do homem cause todas essas calamidades naturais modernas, como alguns suspeitam, mas é certo que a ação do homem pode antecipá-las e impedi-las. O homem não tem de se entregar à Natureza: a Natureza é selvagem, é desumana, é, sobretudo, incivilizada. O homem tem que empregar a mais humana de suas criações, a Ciência, para compreender a Natureza. E derrotá-la.

* coluna na Zero Hora - 18/03/2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

INCÔMODO....

Recentemente um casal de médicos veio morar próximo a minha casa, no Assentamento 16 de Março. Para quem não sabe moro em um Assentamento da Reforma Agrária. No entanto essa vinda do casal de médicos causou debates na sociedade, principalmente na cidade de Pontão. Muitos não conseguem entender como um casal de médicos, formados no exterior, com pós-graduação resolvam morar em um assentamento e trabalhar praticamente de graça. Para mim é algo natural, também possuo pós graduação e minhas vizinhas mais próximas no assentamento também possuem pós-graduação, alguns ex-alunos meus que residem no assentamento cursam medicina, engenharia, direito, administração, entre outros. Isso para muitos causa espanto e até mesmo indignação, como pessoas com boa formação acadêmica optam em viver desse modo, de maneira mais simples, sem se importar com questões financeiras. Acredite isso incomoda muita gente. Parece que se doar em razão de uma causa ou de várias causas é o fim do mundo, optar em morar em um assentamento para muitos parece o fim do mundo. Esse espanto na minha opinião significa outra coisa...muitas pessoas vivem obcecadas por bens materiais e dinheiro e esquecem de viver. E para piorar complicam com as pessoas que escolhem outra forma de viver. Me parece que pensar nos outros, no social, não só em si próprio, causa incômodo...

segunda-feira, 14 de março de 2011

EVITAR LUGARES-COMUNS

Após algum tempo tentando entender o que vários pensadores diziam, com a frase: “que devemos evitar lugares-comuns”, no entanto, respeitar a sabedoria que está impregnado nesses lugares; percebi a veracidade dessas afirmações. Realmente devemos evitar o máximo possível lugares-comuns, mas o difícil disso é que o tempo todo as pessoas estão nos levando para lugares-comuns; amigos, familiares, vizinhos frequentam o tempo todo lugares-comuns. Recentemente em um jornal de grande circulação um jornalista escreveu que o Governador Tarso Genro sabia da real necessidade do reajuste salarial aos professores e a contribuição que isso teria para com a educação, por que segundo o jornalista o Governador era um homem de não frequentar lugares-comuns, e de certa isso é verdade, pois em pleno feriado de carnaval, o Governador estava na Romaria da Terra, em um Assentamento da Reforma Agrária, para a maioria das pessoas um lugar extremamente comum, que na verdade é incomum; e a maioria das pessoas estavam no carnaval em um lugar comum, mas que pensam que é incomum. O parar para compreender e interpretar o mundo requer certo distanciamento de lugares-comuns. Diferenciar lugares-comuns dos incomuns fica a critério de cada um, mas normalmente os lugares-incomuns que propiciam um maior entendimento de nossas ações e vivências estão tão próximos que mal percebemos. E quase sempre gastamos tempo, energia e dinheiro para frequentar lugares tão comuns...vazios. Esse final de semana por exemplo, permaneci por algumas horas em um lugar-comum (um shopping)....mas era por um bom motivo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O QUE É ISSO COMPANHEIRO?

Essa madrugada assisti novamente o filme "O que é isso companheiro?" O filme retrata o sequestro do embaixador americano, em 1969, por um grupo contrário a ditadura militar brasileira, na sua maioria fomado por jovens, que reivindicavam a liberação de 15 ativistas políticos que foram presos e torturados pela ditadura militar. Tal reivindicação foi "aceita" pelos militares e o embaixador americano libertado, e os prisioneiros exilados no México. Alguns dos envolvidos no sequestro foram torturados e mortos após alguns dias, outros conseguiram se salvar. Alguns desses jovens e também alguns dos presos libertados, hoje são figuras conhecidas no cenário político nacional. Mas o que mais chama a atenção no filme é capacidade e coragem de jovens empenharem tal façanha durante um dos períodos mais nebulosos da história do Brasil; em que sem sombra de dúvida, a morte era tida como certa. A doação por uma causa sempre é algo que deve ser louvado, independente da causa ou de ideologias.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O TEMPO DIRÁ....

É impressinante como o "mundo dá voltas", situações até então impensáveis, retornam com força, rompendo pensamentos, forçando a imaginação e criando expectativas. Existem fatos inertes que se tornam reais, vivos; porém causam confusão...confusão mental, emocial. A incerteza tornou-se regra, e a regra poderá sofrer aterações ou não. O tempo dirá.....

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

MESCLA DE MENSAGENS ENTRE AMIGOS

Realmente, a vida não é fácil. Quanto mais sabemos da vida mais tristes somos, quanto menos sabemos da vida mais felizes somos. Se não conhecemos nada da vida, não sentimos falta de nada, se conhecemos algo ou sonhamos com algo sentimos falta, e se não conseguimos as coisas que almejamos nos frustramos. Precisamos saber lidar com isso. Sabe por que nos sentimos diferentes... Por que as outras pessoas não questionam a vida, a partir do momento que não há questionamento a vida segue uma linha linear, sem preocupação, e consequentemente mais feliz. É preciso entender que pessoas que questionam a vida, que tem sempre ideais para serem alcançados, sempre serão um tanto infelizes, infelizmente é assim mesmo... Temos que "aceitar" isso e saber viver da melhor maneira possível. A maioria das pessoas que tem uma vida normal está seguindo tradições e conceitos que lhes foram passados durante gerações, é fácil viver assim, quando somos iguais aos outros, fica "fácil de viver", se acaba seguindo um padrão de vida, fica cômodo, apenas se vegeta, mas essas pessoas são mais felizes que nós, não pensam, apenas seguem o curso natural da humanidade.
A partir do momento que se almeja algo, que se sonha, a vida fica dura, difícil. E você, precisa entender uma coisa, pessoas como nós, nunca estaremos satisfeitos, mesmo que realizamos nossos sonhos, sempre que realizarmos um sonho, estaremos atrás de outro, e assim será sempre; isso é bom, por que nunca nos acomodaremos, no entanto isso é sofrível, dolorido, tem um preço a pagar. Por isso vou te dar um conselho, foi algo que eu fiz e realmente me ajudou a viver melhor. Como somos pessoas que estamos o tempo todo atrás de algo ou discordando da natureza dos fatos, te digo para você pensar menos no futuro e viver mais o presente. Quando digo isso, não me refiro a você esquecer os teus planos futuros, você deve continuar a almejá-los, no entanto não faça disso a única razão da tua vida. Viva mais o momento, traga as questões relacionadas com os teus sonhos futuros para a realidade, agora, hoje. Às vezes mudanças simples de rotina nos ajudam a viver melhor.
Vou citar algumas situações que me ajudam a "sobreviver" nessa selva da normalidade, quem sabem podem ser úteis para você também. Mas, não as siga, se você não achar interessante, pois cada um tem uma realidade, e um ponto de vista. Mas eu tomei umas atitudes, que tornaram a vida "melhor".

Primeiramente, pelo que percebi você gosta muito de estudar, então viva intensamente seus estudos, não espere para se tornar "algo" apenas amanhã, se especialize, estude, entre de cabeça, mas não precisa mostrar isso para ninguém, fique para você apenas, a recompensa virá mais tarde, quando você menos esperar, e não esqueça nunca, aprendemos muito pouco na universidade, devemos estudar muito sozinhos, fora da universidade, não devemos esperar apenas do que nos ensinam nos bancos acadêmicos, o melhor lugar para se aprender é numa mesa de bar (hahahaha); devemos estudar para nós, para nós sermos algo, não apenas para termos uma profissão. Os profissionais atualmente são valorizados pelo seu grau de entendimento e compreensão do mundo, não apenas pelo currículo, a formação é importante, mas isso não diferencia as pessoas. Atualmente está cheio de mestres e doutores, mas se eles saírem da universidade, não sabem nada da vida. Por isso digo, devemos estudar para "ser", e não para "ter", por que para ter, a sociedade está cheia de profissionais.

Segundo, infelizmente o que vou te dizer pode aumentar ainda mais a solidão, mas é um meio de vivermos melhor. Devemos conviver com pessoas que nos fazem bem, que possam nos ajudar no nosso crescimento tanto pessoal quanto profissional, essas pessoas são poucas, muito poucas; nesse sentido pessoas invejosas, de mau caráter, que não tem nada a ver comigo, realmente cortei das minhas relações pessoais, pessoas que não me ajudam ou que não me fazem bem, não convivo com elas. Não é um modo de selecionar pessoas, mas sim um modo de poder viver melhor, é um modo um tanto antissocial, mas me fez bem, só convivo e converso com pessoas que acho que realmente vale apena conversar; claro que existem situações que não podemos fugir, com é o caso do nosso local de trabalho, pois convivemos com muitas pessoas, mas não tenho mais paciência para críticas vindo de pessoas invejosas, ciumentas e que só querem meu mal, essas pessoas não fazem mais parte da minha vida. Isso não é arrogância, é apenas um modo de me valorizar, valorizar minha consciência, meus valores, meus sentimentos e emoções; viver melhor.

Terceiro, viva de modo mais simples, é necessário termos as nossa coisas (alguns bens materiais), mas isso não é primordial, as vezes ficamos muito tempo correndo atrás de coisas supérfluas, sem importância, apenas para satisfazer outras pessoas e não nós mesmos. Estude não só na sua área, mas outros assuntos também, devemos saber um pouco de tudo, a vida requer isso. O conhecimento nunca nos poderá ser tirado; por isso estudar, viajar, conhecer pessoas interessantes não tem preço. O conhecimento, no entanto, só pode ser adquirido quando nos livrarmos de modismos impregnados por essa sociedade, enquanto ficarmos fissurados por roupas, carros, apartamentos, a vida passa e quando nos damos conta vivemos e não fizemos nada de interessante. A vida deve ser vivida, sentida, compreendida; não podemos ser apenas consumidores na vida.

Desculpe, por tudo que escrevi, quem sabe algumas coisas que escrevi, você pensa diferente. Mas essas “coisas” citadas ajudam-me a poder conviver melhor com a vida. Antes de qualquer coisa, precisamos nos entender, nos autocompreender, assim ficará mais fácil conviver com os demais (ou n conviver). A vida para pessoas como nós será uma eterna "tortura", se acostume; e acima de tudo seja bem-vinda ao pequeno grupo que pensa (e sofre). Existem muitas pessoas que pensam como você e como eu , não se preocupe, mesmo que pareça não estamos sozinhos, existem muitas pessoas como nós, por isso viajo sempre, gosto de conviver com pessoas que pensam como eu e provavelmente você. Sempre é necessário fugir da normalidade que nos é imposta.....

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NÃO VEJO

* Escrito por Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br


Inúmeros leitores me enviaram mensagens pedindo que eu critique o "lamentável" Big Brother Brasil. Estão impressionados com a baixaria e com a mediocridade. Exigem comentários firmes e esclarecedores. Parece que cada ano fica pior. Se de fato isso acontece, é um fenômeno. Não é fácil piorar o que é ruim por essência. Fico feliz em ser identificado como porta-voz dos indignados. Quem sabe, por obra do destino, não me transformo num paladino da moral e dos bons costumes? Eu me vejo bem no papel de guardião dos altos valores sociais. Assim como vejo o Romário no papel de deputado. É só uma questão de tempo. Podia ser depois do futevôlei.

Mas não posso comentar o BBB. Não vejo mais. Em outros tempos, por razões profissionais, sou professor de crítica de mídia, eu via. De resto, via tudo avidamente, embora, diante das visitas, inventasse uma desculpa tipo "é só para discutir com meus alunos". Quer dizer, tudo o que podia. Não vejo mais. Perdi o pique. Estou velho e seletivo. Conta-se que a ditadura militar atrasou a entrada do controle remoto no Brasil a pedido da amiga Rede Globo. A empresa de Roberto Marinho temia perder audiência se as pessoas pudessem mudar de canal sem sair do lugar. Eu uso o controle remoto impiedosamente. Baixou o nível, mudo na hora. Sinto-me o dono do mundo. Na boa. Conheço um cara que mira o controle remoto na mulher. Como não funciona, troca as pilhas e segue tentando.

Em vez de me aborrecer com a baixaria do BBB e com o besteirol do Pedro Bial, vejo "Ribeirão do Tempo". É uma novela legal. Já me diverti muito com o prefeito Ari Neto, conhecido como Ari Jumento. Tem pouco prefeito Ari por aí. Mas o que tem de jumento. É o tipo de crítica social e política que me agrada. Tem também o professor Flores, de História, que foi torturado durante a ditadura, essa mesma ditadura que a Folha de S.Paulo chamou em editorial de "ditabranda", lembrando-se, talvez, do seu apoio aos administradores fardados, cujos arquivos, apesar de a esquerda já estar no seu terceiro mandato presidencial, ainda não foram abertos. Recomendo para todos: a novela e o controle remoto. Sou noveleiro.

Outra recomendação que faço, embora saiba da resistência que ela provoca, é a leitura de livros. Não tem contraindicações. Se não forem os do Paulo Coelho. Sou contra a tortura e a autoflagelação. Tenho dificuldades para entender o que leva alguém a ver aquilo que lhe faz mal. Quem viu o BBB1, viu todos. A única coisa boa é que, dificilmente, fica alguma coisa na memória da gente. O nada não ocupa espaço. O BBB, desde o começo, pode ser traduzido como Baita Baixaria Brasileira. A fórmula, porém, é estrangeira. É preciso pagar royalties pela baixaria. Outra possibilidade é, na praia, olhar a lua e as estrelas. Mas não se pode apontar com o dedo que cria verruga. Minha tia querida, que já partiu, também não nos deixava abrir os braços na porta. Não prestava. Que coisa! Só que dava uma vontade maluca de abrir. Uau!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

PISO SALARIAL DOS PROFESSORES

Rio Grande do Sul se retira da Ação contra piso dos professores
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a retirada do estado da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que questiona a legalidade da Lei do Piso Salarial Nacional dos Professores. Agora são quatro os estados que contestam a legalidade da Lei do Piso – Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em educação (CNTE) recebeu a notícia com satisfação e pede que o Supremo dê atenção à atitude do governador Tarso Genro. “Nós esperamos que os juízes do Supremo Tribunal julguem em breve a Adin e a avaliem com os olhos do governador Tarso Genro”, ressaltou o presidente da entidade, Roberto Leão.

A Lei do Piso foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva em 16 de julho de 2008. Na ocasião, o valor fixado para o vencimento dos professores de nível médio era de R$950,00 para uma jornada de no máximo 40 horas semanais, a ser pago a partir de janeiro de 2009. Este valor deveria ser corrigido ano a ano, sendo de R$1.312,85, a partir de janeiro de 2010.

O piso não vem sendo cumprido na maioria dos estados e municípios. Muitos se baseiam na ação, impetrada, em 2008, por cinco estados. Os governadores de Santa Catarina; Rio Grande do Sul, na época governado pela tucana Ieda Crucis; Paraná; Mato Grosso do Sul e Ceará, questionaram a legalidade da lei.

Na época a alegação era de que os estados não possuíam recursos para o pagamento, argumento negado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, o texto que criou o Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2006, já previa a instituição de um piso nacional para os professores.

"Eu entendo que essa Adin não deva prosperar porque foi feita uma mudança na Constituição prevendo o piso. Então se foi feita uma emenda constitucional, não há porque julgar inconstitucional uma lei que regulamenta esse dispositivo", alega o ministro.

Aguardando julgamento

Em dezembro de 2008, o STF julgou a ação e reconheceu a legalidade da Lei, com a limitação de dois dispositivos: o da composição do piso e o que trata da jornada fora de sala de aula. Estes dois pontos ficaram para ser julgados mais tarde. O atraso no julgamento preocupa os educadores.

“O não julgamento da Ação tem causado um problema enorme que são as múltiplas interpretações que os gestores fazem da lei. Temos que acabar com isso, para que possamos construir uma educação pública de qualidade”, afirma Leão, lembrando as diversas manifestações da entidade pelo julgamento da ação.

Nos dias 16 e 17 de fevereiro, a nova executiva da CNTE, eleita no último dia 16 de janeiro, durante o 31º Congresso Nacional da CNTE, debaterá o plano de lutas de 2011 e o cumprimento do Piso Salarial é pauta. Para a CNTE, o julgamento da Ação em favor dos professores não será apenas uma vitória da CNTE ou dos professores.

“Não são apenas os professores que saem vitoriosos com um julgamento favorável ao Piso. É toda a população brasileira que vai poder contar com professores trabalhando em condições melhores do que aquelas que eles trabalham hoje do ponto de vista salarial”, concluiu Leão.

Com informações da CNTE

www.vermelho.org.br - 31/01/11

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

SLAVOJ ZIZEK

Acredito que todos deveriam ler e ouvir, ao menos uma vez na vida, o filósofo Slavoj Zizek, ultimamente estou lendo seus textos quase que diariamente, suas entrevistas são uma atração a parte, tanto pela sua inteligência quanto pela sua inquietude corporal . Abaixo segue um pouco de Zizek, baseado em dados fornecidos pelo Wikipédia.

Slavoj Zizek nasceu em 21 de Março de 1949, é um sociólogo, filósofo e teórico crítico esloveno. É professor da European Graduate School e pesquisador sênior no Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana. É também professor visitante em várias universidades estadunidenses, entre as quais está a Universidade de Columbia, Princeton, a New School for Social Research, de Nova Iorque, e a Universidade de Michigan.
Nascido na antiga Iugoslávia, em Liubliana, hoje capital da Eslovenia, doutorou-se em Filosofia na sua cidade natal e estudou Psicanálise na Universidade de Paris. Žižek é conhecido por seu uso de Jacques Lacan numa nova leitura da cultura popular, abordando temas como o cinema de Alfred Hitchcock e David Lynch, o leninismo e tópicos como fundamentalismo e tolerância, correcção política, subjectividade nos tempos pós-modernos e outros.
Em 1990, candidatou-se à presidência da República da Eslovenia.

Segundo Žižek, o "real" resulta ser um termo bastante enigmático, e não deve ser equiparado com a realidade, uma vez que a nossa realidade está construída simbolicamente; o real, pelo contrário, é um núcleo duro, algo traumático que não pode ser simbolizado (isto é, expressado com palavras). O real não tem existência positiva; só existe como abstracto.
Para Žižek, a realidade pode ser desmascarada como uma ficção; bastam ter presente certos aspectos - pontos indeterminados - que têm que ver com o antagonismo social, a vida, a morte, e a sexualidade. Temos que enfrentar com estes aspectos se quisermos simbolizá-los. O real não é nenhuma espécie de realidade atrás da realidade, mas sim o vazio que deixa a própria realidade incompleta e inconsistente. É o espectro do fantasma; o próprio espectro em si é o que distorce a nossa percepção da realidade. A trilogia do simbólico/imaginário/real se reproduz dentro de cada parte individual da subdivisão. Há também três modalidades do real:
• O "real simbólico": o significante reduzido a uma fórmula sem sentido (como em física quântica, que como toda ciência parece arranhar o real, mas só produz conceitos apenas compreensíveis)
• O "real real": uma coisa horrível, aquilo que transmite o sentido do terror nas películas de terror.
• O "real imaginário": algo insondável que permeia as coisas como um pedaço do sublime. Esta forma do real torna-se perceptível na película Full Monty, por exemplo, no facto de que na nudez dos protagonistas desempregados, estes devem despir-se por completo; noutras palavras, através deste gesto extra de degradação "voluntária", algo da ordem do sublime se faz visível.
A psicanálise ensina que a realidade (pós-moderna) precisamente não deve ser vista como uma narrativa, mas como o sujeito o há de reconhecer, suportar e ficcionar o núcleo duro do real dentro de sua própria ficção.
Zizek afirma que o simbólico inaugura-se com a aquisição da linguagem; é mutuamente relacional. Assim, sucede aquilo de que "um homem só é rei porque os seus súbditos se comportam perante ele como um rei". Ao mesmo tempo, permanece sempre uma certa distancia no que diz respeito ao real (excepto na paranóia): nem só é louco o mendigo que pensa que é rei, também aquele rei que verdadeiramente crê que é um rei. Uma vez que efectivamente, este último só tem o "mandato simbólico" de rei.
• O real simbólico é o significante reduzido a uma fórmula sem sentido.
• O imaginário simbólico qual símbolos jungianos.
• O simbólico simbólico como o falar e a linguagem como sentido em si.
• O visor do monitor como forma de comunicação no ciberespaço: como um interface que nos leva a uma mediação simbólica da comunicação, a um abismo entre quem seja que fala e a "posição de falar" em si (p.ex. a alcunha, ou a direcção de correio). "Eu" nunca "de facto" coincido exatamente com o significante, não me invento a mim mesmo; em contrapartida, a minha existência virtual foi, em certo sentido, já confundida com o surgimento do ciberespaço. Aqui cada um, deve chegar a entender-se com uma certa insegurança, mas não pode ser resolvida como num simulacro de contingente pós-moderno.
Aqui também, como na vida social, as redes simbólicas circulam á volta dos núcleos do real, deste modo, as redes simbólicas, são a nossa realidade social.
O imaginário, segundo Žižek, encontra-se situado ao nível da relação do sujeito consigo mesmo. É como o olhar do Outro na etapa do espelho, a falta em esse reconhecimento ilusório, como conclui Jacques Lacan citando a Arthur Rimbaud: "Eu sou um outro" ("Je suis un autre"). O imaginário é a fantasia fundamental que é inacessível á nossa experiência psíquica e se eleva do espectro fantasmático em que encontramos objectos de desejo. Aqui também podemos dividir o imaginário entre um real (o fantasma que assume o lugar do real), um imaginário (a imagem/espectral em si que serve como isco) e um simbólico imaginário (os arquétipos de Jung e o pensamento New Age). O imaginário nunca pode ser agarrado, já que todo discurso sobre ele sempre estará localizado no simbólico.
Todos os níveis estão interligados, de acordo com Jacques Lacan (desde o seminário XX para a frente), numa forma de nó gordiano, como três anéis enlaçados juntos de maneira que se um deles se desenlaçara, o resto também cairia.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ACEITAÇÃO DA TRAIÇÃO

Existem alguns fatos, que mesmo esforçando-me não sou passível de entendê-los ou melhor é passível de entendimento, mas querer um estudo de caso, com auxílio da psicologia, da filosofia e da sociologia. Como indivíduos podem conviver juntos sobre o jugo constante da traição numa relação?, parece que trair e ser traído tornou-se algo normal, natural. Saber que foi traído para algumas pessoas tem um peso menor, do que viver distante da sua pessoa "amada". O fato de estar longe, distante, separado, da pessoa "escolhida" é tido como algo mais doloroso, do que ser constantemente traído. Ter confiança no outro, para muitos está em segundo plano. É preferível para alguns ter apenas a presença corporal do outro, mesmo em desconfiança plena, em deprimento da presença de espírito, de alma, de confiança. É sabido por todos, que para a manutenção de uma relação amorosa, é necessário confiança; no entanto, ás vezes muitos preferem ter a "posse" do outro, e não seus sentimentos reais. Viver em constante traição numa relação amorosa é uma ilusão, é achar que fatos mudarão. A traição pode surgir de muitas maneiras, atração física ou intelectual para com outra pessoa, paixão desenfreada e momentânea, um modo de vingança devido a traição de uma das partes da relação, diminuição do amor pela outra pessoa, não valorização da relação por uma das partes, diferenças significativas entre o antes e o após o casamento, desinteresse pela manutenção da relação, diferenças individuais, entre outras. Mesmo com tudo isso, muitas pessoas insistem na "posse" em ter o outro, fazendo da aceitação da traição, num modo inerente ao relacionamento. É uma vida de faz-de-conta, de imaginação. A realidade nesses casos, sempre surge, tardiamente mas surge, nem sempre do modo correto...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O VELÓRIO, A FARRAPOS E AS DEVASSAS

Como todos sabem, não resisto a uma viagem, independente para onde for, não resisto mesmo. No entanto essa semana recebi um convite inusitado. Recebi um convite para ir a um velório em Porto Alegre. Não resisti...aceitei o convite. Quanto ao defunto, não tive o prazer de conhecê-lo em vida, mesmo assim, aceitei o convite de passar a noite acordado na Capital, irresistível..., e a viagem então, melhor ainda... Para variar consegui convencer um amigo para ir junto, acho que sou bem persuasivo, imagina convencer alguém a ir junto num velório de um desconhecido. Não me senti bem no velório, não por não conhecedor o dito finado e a família, mas pelo ambiente, local muito chique.... nunca gostaria de se enterrado num local desses. O caixão foi levado a sepultura por uma espécie de elevador e percorreu uma enorme galeria subterrânea até encontrar o seu recinto definitivo, acima da sepultura um enorme gramado com placas indicando o local de cada indivíduo, sem nome nas placas, apenas um número de identificação, muito chique...to fora disso. Mas anterior a isso, meu amigo, curioso, enganou-se de velório, e trocou de defunto (havia vários velórios acontecendo ao mesmo tempo, mas de modo separado), permaneceu junto ao caixão de outro desconhecido, não do nosso defunto desconhecido. Como bom boêmio, chegou determinado momento na madrugada não suportei o tédio, resolvi tomar uma cervejinha. Deixei meu amigo no velório do defunto desconhecido e partí para a Farrapos, para quem não sabe ou é meio desavisado, na Avenida Farrapos se concentra o maior número de prostitutas e travestis por metro quadrado da Capital. É preciso tomar cuidado...após conseguir chegar a um determinado bar, e sentar, respirei alivado, ninguém me passou a mão na bunda ou em outro local. Mas como para tudo na vida, tem a primeira vez, entrei em contato com a "devassa", no começo fiquei meio incrédulo, mas topei o desafio. Para quem não sabe, "devassa", é o nome de uma nova cerveja que está no mercado. Com o sol para nascer, deixei as "devassas" de lado e resolvi voltar ao velório do desconhecido, pois meu amigo estava por lá a minha espera. Nesse meio tempo meu amigo já tinha percorrido todos os velórios, e sabia todos os detalhes do falecimento dos ditos cujos, ele é um bom relação pública. Eu gosto de andar, conhecer lugares diferentes, ele ao contrário, gosta mesmo é de conversar com desconhecidos. Foi uma longa noite...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

IMAGINE

Imagine*

Imagine não existir paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje

Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que matar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
você se juntará a nós
E o mundo será como um só

Imagine não existir posses
Me pergunto se você consegue
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade de homens
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo será como um só


*Mùsica de John Lennon

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

NOITE PERDIDA COM O BIG BROTHER BRASIL

Há anos venho sofrendo de modo angustiante...com a existência do BBB. É incrível, as pessoas assistem mesmo....Abaixo segue algumas reflexões sobre o dito cujo, extraídos do site www.yahoo.com.br.


Minha noite perdida com o Big Brother Brasil

Publicado por: Regis Tadeu, especial para o Yahoo!, em 26/01/2011 - 14h54

“Se você não fizer isto, vamos trancá-lo em uma sala aqui no prédio e você será obrigado a ouvir todos os discos do Julio Iglesias ininterruptamente durante 90 dias, e alimentado apenas com bolachas recheadas com morango e suco de caju”. Foi exatamente desta forma amistosa e sutil que o pessoal do Yahoo! me convenceu a fazer algo inédito em minha vida: assistir a um capítulo de uma edição do Big Brother Brasil.
Sim, desde a primeira edição deste troço eu dizia com orgulho típico dos grandes patriotas do passado – como Churchill, Eisenhower, Thomas Jefferson e Dario “Dadá Maravilha Peito de Aço” - que jamais havia parado para assistir a um minuto sequer deste reality show. Claro que eu sabia da existência de alguns de seus participantes, seja por intermédio de pessoas amigas que tentavam comentar comigo a respeito do que acontecia na tal casa, seja pelo fato de algumas figuras oriundas de lá terem tentado a carreira artística e se dado mal. Quem não se lembra do tal de Ban Ban, um sujeito que parecia ter um queijo gorgonzola no lugar do cérebro e que tentou emplacar como comediante e como cantor de “funk carioca”, falhando miseravelmente em ambas as tentativas? E do tal de “Alemão”, rapidamente aposentado depois de uma efêmera tentativa em se tornar repórter?
Pois bem, aceitando o “gentil convite” do Yahoo!, lá fui na última terça-feira sentar em meu confortável e aconchegante sofá, armado com uma garrafa de Jack Daniel’s, uma garrafa de Coca-Cola, um balde com gelo e uns petiscos saborosos para assistir finalmente a um capítulo deste troço.
Logo de cara, fiquei sabendo que era noite de “paredão”, ou seja, um dos meliantes... ahn... quero dizer, participantes... seria eliminado. Os dois candidatos colocados em votação eram um tal de Diogo – um brutamonte que posa de sensível, mas que precisa cortar um abacate para saber quantos caroços existem lá dentro - e um tal de Maurício, um autointitulado “músico” que, ao rir, parecia ter 649 dentes na boca. O eliminado foi o "Sr. sorriso”, que foi inexplicavelmente ovacionado pelos outros integrantes da casa e saudado como herói do lado de fora. Ué, o cara foi eliminado e tratado como vencedor e “rei da cocada preta”? Que raio de jogo é este?
Uma tal de Natália começou então a chorar depois que o “Sr. cheio de dentes” foi botado para fora. Ué, se é uma competição, por que esta menina ficou com cara de quem acabou de enterrar um parente? Fico sabendo que foi ela quem colocou o tal sujeito no “paredón”. Mas... E daí? O mais incrível é que ela caiu aos prantos quando uma tal de Paula disse que ela era “séria e fechada”. Pô, chorar por causa disto é o fim da picada. Se ela então recebesse as mensagens que alguns leitores costumam enviar aqui para o Yahoo! em relação a mim e aos meus textos, ela cortaria os pulsos com uma serra elétrica!
Agora, a cena mais patética deste verdadeiro antro de estupidez aconteceu quando o tal Diogo, que havia concorrido com o “Sr. boca aberta” no paredão, ficou tão emocionado que, além de chorar como um bebê sem a sua mamadeira, ficou ajoelhado no jardim e repetia “eu te amo, Mau Mau” como se fosse um mantra. Ora, ou isto foi uma tremenda declaração de amor gay ou uma inacreditável demonstração de cara de pau por parte do tal zé mané, em um evidente “jogo para a galera”, para que todos se sintam comovidos e solidários em sua tristeza de plástico. Patético!
Para piorar, foram mostrados os... ahn... “melhores momentos” dos capítulos anteriores, que se resumiram a uma inacreditável “Festa do Vampiro”, com todos os participantes vestidos como se estivessem em uma espécie de “festa gótica do ridículo”. Por incrível que pareça, nada aconteceu a não ser as “periguetes” fazendo jus aos seus papeis e os “zé manés” fingindo que não estavam nem aí até o momento em que a cachaça bateu na cabeça, quando então passaram a olhar as meninas com a ansiedade típica que a gente vê em atuns defumados.
Um capítulo à parte é o Pedro Bial, um sujeito evidentemente culto, mas que age no programa como se fosse uma espécie de animador de bingo de fundo de quintal. Fiquei impressionado como ele, mesmo nos momentos mais animados, mostra uma disfarçada ironia ao falar com os participantes e com o público, buscando esconder o evidente desejo de estar muito longe dali e, ao mesmo tempo, tendo a consciência de que está falando com idiotas, sejam aqueles que estão dentro da tela ou em suas casas.
Quando acabou o programa, a única coisa que consegui fazer foi repetir as clássicas palavras do Coronel Klutz, interpretado pelo genial Marlon Brando, no filme Apocalypse Now: “o horror... o horror... o horror...”. Tratei de beber e comer o que restou em cima da mesa, certo de que havia desperdiçado preciosos minutos de minha existência assistindo a um bando de mentecaptos se portando como se estivessem em uma colônia de férias cuja grande atração é um curso de “auto-ajuda do nada”, ministrado por um dos seres mais asquerosos do planeta – um tal de Boninho, um sujeito que dirige o programa e que se vangloria de jogar ovos do alto de sua luxuosa cobertura nas pessoas que passam na rua. Bem, o que se poderia esperar de um sujeito destes?
Por fim, antes de dormir, fiquei com uma pergunta martelando na cabeça: “por que as pessoas assistem a este troço?”

*Regis Tadeu normalmente é colunista de música do Yahoo!. Foi convidado para falar de BBB 11 e, acredite, aceitou.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

ANISTIA PARA OS AGRICULTORES FAMILIARES

Na manhã chuvosa, do dia 22 de janeiro participei de um ato que ficará na história dos lutadores da terra e da agricultura familiar em especial. Em Ronda Alta, o Governador Tarso Genro anistiou as dívidas de 45.000 agricultores familiares que estavam endividados com o Estado. Essa anistia além de representar a luta de anos e anos dos movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, também significa o recomeço para 45.000 famílias que tinham seus nomes junto ao serasa, sem chance alguma de obter crédito junto as instituições financeiras ou realizar compras. Dívidas estas adquiridas durante anos, impagáveis, em decorrência de interpéries climáticas, avalisamento a terceiros, e outras situações. A luta continua...agora a nível federal.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

OS TRÊS JESUS CRISTO

Em um determinado canal de TV fechada, repercutiu um documentário sobre pessoas que se intitulam Jesus Cristo, em específico, três casos em especiais. Irei comentar brevemente quem são essas pessoas e como vivem, e vocês tirem as conclusões que melhor acharem interessantes. Porém, ressalto que não acredito em nenhum deles, como sendo Jesus. O primeiro homem que se intitula Jesus Cristo, é um ex agente da inteligência militar britânica, que perambula o mundo, morando em barracas, sempre de pés descalços, tentando pregar a boa nova, sem nenhum seguidor. O segundo homem que denomina-se Jesus Cristo, é um ex policial de trânsito russo, que reside em uma região montanhosa na sibéria, um local paradisíaco, é um homem pouco visto em público, tem muitos seguidores que vivem próximo a ele, vivendo de modo simples, da agricultura familiar, em comunidades, com uma relação muito próxima com a natureza. O terceiro homem é um pastor filipino que possui milhões de seguidores, vive uma vida de luxo e glamour, demonstra um grande apego por bens materiais, como carros, motos e helicópteros, propriedades de terras, que são mantidos pelos fiéis.
Tirem suas conclusões, quem são esse homens? o que eles pretendem? qual sua mensagem? quem são seus seguidores? Cada um tem suas características próprias e entendimento do mundo. De certo modo define e muito, o que os seres humanos buscam atualmente. Essa busca dos indivíduos se materializa indiretamente nesses três indivíduos,"nos três Jesus Cristo". O primeiro Jesus reflete a idéia de liberdade, de desapego material, de descompromisso com a sociedade, muitos pensam assim....Outro Jesus reflete a preocupaçao com a qualidade de vida, fortalecendo a relação entre o homem e a natureza, vivendo de modo saudável e sustentável, refletindo sobre a existência humana, muitos vivem assim... E por último, o terceiro Jesus que prega a fé objetivando a obtenção de bens materiais, do lucro, do dinheiro, a oração como meio de salvação terrena não apenas após a morte, mas em vida, muitos pensam assim...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

"ANORMALIDADE"

O universo preponderante de "normais" restringe, e muito, o convívio dos que fogem da "normalidade". As relações entre ambos, nem sempre é saudável, e muito menos visto de modo harmônico. Os padrões existentes, como beleza e seus modismos, casar e multiplicar, trabalhar apenas para ter, aquisição desenfreada de bens materiais em detrimento do ser, acreditar em um ser sobrenatural que niguém vê; são ditados de modo opressivo. Divergir desses padrões, para a maior parte da sociedade, significa "anormalidade".

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ACONTECEU EM WOODSTOCK

Devido a mais uma noite intensa de insônia, acabei por assistir mais um filme interessante essa madrugada, chamado "Aconteceu em Woodstock". Trata da vida do jovem que possibilitou que ocorresse o festival de Woodstock, em sua cidade; esse jovem intermediou que o festival se realizasse em sua cidade, com o intuito de desenvolver o turismo local, pois ele era dono de um hotel, no entanto sem saber que tal evento se tornaria o símbolo para uma geração. Esse filme retrata não o festival em si, mas sim a reviravolta na vida deste jovem ao conviver com outros jovens que participaram do festival. Para quem não sabe o que foi o festival de Woodstock, aqui vai um resumo: foi um festival de música anunciado como "Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música", realizado entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969 na fazenda de 600 acres de Max Yasgur na cidade rural de Bethel, no estado de Nova York, Estados Unidos. Originalmente, o festival deveria ocorrer na pequena cidade de Woodstock, também estado de Nova Iorque, onde moravam músicos como Bob Dylan, mas a população não aceitou, o que levou o evento para a pequena Bethel, a uma hora e meia de distância. O festival exemplificou a era hippie e a contracultura do final dos anos 1960 e começo de 70. Trinta e dois dos mais conhecidos músicos da época apresentaram-se durante um chuvoso fim de semana defronte a meio milhão de espectadores. Apesar de tentativas posteriores de emular o festival, o evento original provou ser único e lendário, reconhecido como um dos maiores momentos na história da música popular.
O evento foi capturado em um documentário lançado em 1970, Woodstock, além de uma trilha-sonora com os melhores momentos. Provavelmente, esse filme dificilmente será visto em um canal da TV aberta ou em locadoras, pois a maioria dessa geração de agora está preocupada com questões mais individuais do que coletivas. Mas mesmo assim, indico a quem puder encontrar o filme, quem sabe possível na internet. O mais importante do filme é que ressalta que muitas vezes as pessoas ficam presas ao seu cotidiano, "ao ter", e acabam por esquecer que as "coisas" simples da vida são também importantes, esquecem de "ser".

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

DISCRIMINAÇÃO

Um dos assuntos mais abordados no momento, é o ateísmo. Em pesquisa recente no Brasil, os drogados e os que não possuem crença religiosa são os indivíduos mais odiados pela população brasileira. Está sendo difícil ser ateu na atualidade, a discriminação está aumentando.....Em recente vestibular de uma instituição de ensino, o tema da redação foi o ateísmo e a discriminação para com o mesmo, abordando o cristão Adolf Hitler e o ateu Charles Chaplin . Sobre esse ponto já dá para termos uma idéia da discussão. Essa crescente discriminação contra as pessoas que não tem crença religiosa reflete a situação em que se encontra a sociedade brasileira, apesar dos avanços, perameneçem a margem do desenvolvimento econômico e social, com uma escolaridade baixa. Enquanto os ateus no Brasil não representam mais do que 2% da população, países europes desenvolvidos ultrapassam os 70%. É notório entendermos essa necessidade sempre vital de separarmos Estado e religião, houve uma tentativa frustada na ultima campanha eleitoral de colocar temas como o aborto na pauta principal de discussão, como uma tentativa de tentar qualificar a fé dos candidatos. Menos mal que não deu certo. Hoje o ateu é visto como um ser do "mal"; o pensar, refletir, compreender a existência humana é taxado como algo diabólico pela igreja e seus dogmas. Quem é que gera violência, morte, discriminação;a filosofia? a sociologia? Ou as igrejas e as religiões? Quem assassinou mais inocentes, os religiosos ou os filósofos? A história sabe a resposta, mas infelizmente a maioria da sociedade não conhece a nossa história.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

INUTILIDADE...ABERRAÇÃO...

Segundo alguns hoje começa novamente uma das maiores aberrações da TV brasileira, o BBB. Tal programa representa o quanto a mídia brasileira desqualificou-se nos últimos anos, está sendo quase impossível assistir TV nos dias atuais, é de uma inutilidade impressionante. Vocês já se perguntaram por quê existe o BBB? qual o perfil de seus participantes? por que determinadas pessoas são escolhidas para participar e outras não? qual a imagem que querem passar? qual a mensagem que querem passar?. E ainda, qual o público alvo a ser atingido?,quem são as pessoas que assistem o BBB?, o que a mídia quer que as pessoas que assistem o BBB pensem? ou não é para pensar. Acredito que essa é a intenção maior, não pensar. Quanto menos pensadores melhor, quanto mais consumidores melhor, e depois as pessoas reclamam...Os políticos corruptos agradecem, se dependesse deles haveria BBB o ano todo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

BOÊMIOS E A MÚSICA ALTA

Essa madrugada, assisti uma entrevista na Globo News, com um empresário "da noite", dono de várias casas de show, danceterias (não sei qual a melhor definição para esses empreendimentos) , no Brasil, nos Estados Unidos e na França; empresário este por sinal brasileiro, no entanto, não recordo seu nome. Esse empresário tratou justamente sobre algo que há tempo ando refletindo, e pensei que era somente eu que pensava sobre o assunto, no entanto tal assunto é uma tendência mundial. Como boêmio assumido, ando com certa dificuldade de me motivar a sair na noite, nas "baladas", festas; essa desmotivação parecia não ter uma explicação lógica. No entanto, o referido empresário da "noite" deu-me uma explicação convincente sobre o caso. Segundo ele, atualmente as casas noturnas e até mesmo bares estão afastando os boêmios de seus estabelecimentos, inclusive ele reafirma a necessidade do fortalecimento de espaços alternativos para os boêmios. O culpado principal do afastamento dos boêmios da noite, segundo o empresário, é a música alta, que dificulta a conversa, o bate-papo. Todo boêmio gosta de conversar, conhecer pessoas interessantes por meio da conversa, beber conversando. Nesses sentido, se entende também o porquê do crescimento de ambientes alternativos no mundo todo, como os pubs, por exemplo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

AS MULHERES E DILMA

Após ouvir muitos comentários sobre a posse da Dilma, principalmente das mulheres, algumas preocupadas com a roupa e o cabelo dela, outras preocupadas com o rumo do Brasil de agora em diante. Achei interessante reproduzir o que escreveu a deputada federal Manuela D'Ávila em seu blog "Há uma menina" - bolademeiaboladegude.blogspot.com.

domingo, 2 de janeiro de 2011
As mulheres e Dilma

Minha mãe não é militante. Não foi presa ou perseguida durante a ditadura militar, mesmo estando na faculdade de Direito da UFRGS.
minha Mãe foi uma mulher tradicional de sua geração: trancou a faculdade de direito com 18 anos para casar. Teve três filhas, cuidava da casa. Tudo mediano para o final da década de 60. Até ela se tornar uma "desquitada" e passar a dar aula de violão para criar minhas irmãs.
Minha mãe é mais uma das mulheres que sofreu o preconceito de ser só, pois esse não era - e ainda não é - um direito das mulheres perante os conservadores. Depois, voltou para a faculdade (carregando as três filhas para conseguir assistir as aulas), ouviu alguns desaforos e passou no concurso para juiz.
Passou a ocupar um espaço relativamente "importante" e o preconceito cresceu. Mulher, cinco filhos, separada, ou seja, sozinha.
Por isso me emocionei tanto quando ela me contou, hoje pela manhã, que havia chorado durante toda a posse de Dilma. Disse que havia visto toda a vida e os momentos duros vividos passarem como um filme ao ver Dilma subir a rampa do Planalto. Disse que quando viu Dilma com a filha sentiu orgulho da coragem dela de se mostrar frágil e pedir a companhia da filha. Que quando a viu subir sozinha a rampa riu e chorou por lembrar-se de quando colocaram um pastor anglicano para fazer companhia porque uma juíza não poderia ficar sozinha no palco. Por fim me disse: senti orgulho por ela, por mim, por todas nós mulheres.
Por não ser militante ela não destacou a importância de Dilma na continuidade do projeto político de Lula.
Ela apenas descreveu um pouco do que todas nós mulheres sentimos ontem.
Escrito por Manu às 20:24