terça-feira, 4 de janeiro de 2011

AS MULHERES E DILMA

Após ouvir muitos comentários sobre a posse da Dilma, principalmente das mulheres, algumas preocupadas com a roupa e o cabelo dela, outras preocupadas com o rumo do Brasil de agora em diante. Achei interessante reproduzir o que escreveu a deputada federal Manuela D'Ávila em seu blog "Há uma menina" - bolademeiaboladegude.blogspot.com.

domingo, 2 de janeiro de 2011
As mulheres e Dilma

Minha mãe não é militante. Não foi presa ou perseguida durante a ditadura militar, mesmo estando na faculdade de Direito da UFRGS.
minha Mãe foi uma mulher tradicional de sua geração: trancou a faculdade de direito com 18 anos para casar. Teve três filhas, cuidava da casa. Tudo mediano para o final da década de 60. Até ela se tornar uma "desquitada" e passar a dar aula de violão para criar minhas irmãs.
Minha mãe é mais uma das mulheres que sofreu o preconceito de ser só, pois esse não era - e ainda não é - um direito das mulheres perante os conservadores. Depois, voltou para a faculdade (carregando as três filhas para conseguir assistir as aulas), ouviu alguns desaforos e passou no concurso para juiz.
Passou a ocupar um espaço relativamente "importante" e o preconceito cresceu. Mulher, cinco filhos, separada, ou seja, sozinha.
Por isso me emocionei tanto quando ela me contou, hoje pela manhã, que havia chorado durante toda a posse de Dilma. Disse que havia visto toda a vida e os momentos duros vividos passarem como um filme ao ver Dilma subir a rampa do Planalto. Disse que quando viu Dilma com a filha sentiu orgulho da coragem dela de se mostrar frágil e pedir a companhia da filha. Que quando a viu subir sozinha a rampa riu e chorou por lembrar-se de quando colocaram um pastor anglicano para fazer companhia porque uma juíza não poderia ficar sozinha no palco. Por fim me disse: senti orgulho por ela, por mim, por todas nós mulheres.
Por não ser militante ela não destacou a importância de Dilma na continuidade do projeto político de Lula.
Ela apenas descreveu um pouco do que todas nós mulheres sentimos ontem.
Escrito por Manu às 20:24

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