quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O QUE É ISSO COMPANHEIRO?

Essa madrugada assisti novamente o filme "O que é isso companheiro?" O filme retrata o sequestro do embaixador americano, em 1969, por um grupo contrário a ditadura militar brasileira, na sua maioria fomado por jovens, que reivindicavam a liberação de 15 ativistas políticos que foram presos e torturados pela ditadura militar. Tal reivindicação foi "aceita" pelos militares e o embaixador americano libertado, e os prisioneiros exilados no México. Alguns dos envolvidos no sequestro foram torturados e mortos após alguns dias, outros conseguiram se salvar. Alguns desses jovens e também alguns dos presos libertados, hoje são figuras conhecidas no cenário político nacional. Mas o que mais chama a atenção no filme é capacidade e coragem de jovens empenharem tal façanha durante um dos períodos mais nebulosos da história do Brasil; em que sem sombra de dúvida, a morte era tida como certa. A doação por uma causa sempre é algo que deve ser louvado, independente da causa ou de ideologias.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O TEMPO DIRÁ....

É impressinante como o "mundo dá voltas", situações até então impensáveis, retornam com força, rompendo pensamentos, forçando a imaginação e criando expectativas. Existem fatos inertes que se tornam reais, vivos; porém causam confusão...confusão mental, emocial. A incerteza tornou-se regra, e a regra poderá sofrer aterações ou não. O tempo dirá.....

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

MESCLA DE MENSAGENS ENTRE AMIGOS

Realmente, a vida não é fácil. Quanto mais sabemos da vida mais tristes somos, quanto menos sabemos da vida mais felizes somos. Se não conhecemos nada da vida, não sentimos falta de nada, se conhecemos algo ou sonhamos com algo sentimos falta, e se não conseguimos as coisas que almejamos nos frustramos. Precisamos saber lidar com isso. Sabe por que nos sentimos diferentes... Por que as outras pessoas não questionam a vida, a partir do momento que não há questionamento a vida segue uma linha linear, sem preocupação, e consequentemente mais feliz. É preciso entender que pessoas que questionam a vida, que tem sempre ideais para serem alcançados, sempre serão um tanto infelizes, infelizmente é assim mesmo... Temos que "aceitar" isso e saber viver da melhor maneira possível. A maioria das pessoas que tem uma vida normal está seguindo tradições e conceitos que lhes foram passados durante gerações, é fácil viver assim, quando somos iguais aos outros, fica "fácil de viver", se acaba seguindo um padrão de vida, fica cômodo, apenas se vegeta, mas essas pessoas são mais felizes que nós, não pensam, apenas seguem o curso natural da humanidade.
A partir do momento que se almeja algo, que se sonha, a vida fica dura, difícil. E você, precisa entender uma coisa, pessoas como nós, nunca estaremos satisfeitos, mesmo que realizamos nossos sonhos, sempre que realizarmos um sonho, estaremos atrás de outro, e assim será sempre; isso é bom, por que nunca nos acomodaremos, no entanto isso é sofrível, dolorido, tem um preço a pagar. Por isso vou te dar um conselho, foi algo que eu fiz e realmente me ajudou a viver melhor. Como somos pessoas que estamos o tempo todo atrás de algo ou discordando da natureza dos fatos, te digo para você pensar menos no futuro e viver mais o presente. Quando digo isso, não me refiro a você esquecer os teus planos futuros, você deve continuar a almejá-los, no entanto não faça disso a única razão da tua vida. Viva mais o momento, traga as questões relacionadas com os teus sonhos futuros para a realidade, agora, hoje. Às vezes mudanças simples de rotina nos ajudam a viver melhor.
Vou citar algumas situações que me ajudam a "sobreviver" nessa selva da normalidade, quem sabem podem ser úteis para você também. Mas, não as siga, se você não achar interessante, pois cada um tem uma realidade, e um ponto de vista. Mas eu tomei umas atitudes, que tornaram a vida "melhor".

Primeiramente, pelo que percebi você gosta muito de estudar, então viva intensamente seus estudos, não espere para se tornar "algo" apenas amanhã, se especialize, estude, entre de cabeça, mas não precisa mostrar isso para ninguém, fique para você apenas, a recompensa virá mais tarde, quando você menos esperar, e não esqueça nunca, aprendemos muito pouco na universidade, devemos estudar muito sozinhos, fora da universidade, não devemos esperar apenas do que nos ensinam nos bancos acadêmicos, o melhor lugar para se aprender é numa mesa de bar (hahahaha); devemos estudar para nós, para nós sermos algo, não apenas para termos uma profissão. Os profissionais atualmente são valorizados pelo seu grau de entendimento e compreensão do mundo, não apenas pelo currículo, a formação é importante, mas isso não diferencia as pessoas. Atualmente está cheio de mestres e doutores, mas se eles saírem da universidade, não sabem nada da vida. Por isso digo, devemos estudar para "ser", e não para "ter", por que para ter, a sociedade está cheia de profissionais.

Segundo, infelizmente o que vou te dizer pode aumentar ainda mais a solidão, mas é um meio de vivermos melhor. Devemos conviver com pessoas que nos fazem bem, que possam nos ajudar no nosso crescimento tanto pessoal quanto profissional, essas pessoas são poucas, muito poucas; nesse sentido pessoas invejosas, de mau caráter, que não tem nada a ver comigo, realmente cortei das minhas relações pessoais, pessoas que não me ajudam ou que não me fazem bem, não convivo com elas. Não é um modo de selecionar pessoas, mas sim um modo de poder viver melhor, é um modo um tanto antissocial, mas me fez bem, só convivo e converso com pessoas que acho que realmente vale apena conversar; claro que existem situações que não podemos fugir, com é o caso do nosso local de trabalho, pois convivemos com muitas pessoas, mas não tenho mais paciência para críticas vindo de pessoas invejosas, ciumentas e que só querem meu mal, essas pessoas não fazem mais parte da minha vida. Isso não é arrogância, é apenas um modo de me valorizar, valorizar minha consciência, meus valores, meus sentimentos e emoções; viver melhor.

Terceiro, viva de modo mais simples, é necessário termos as nossa coisas (alguns bens materiais), mas isso não é primordial, as vezes ficamos muito tempo correndo atrás de coisas supérfluas, sem importância, apenas para satisfazer outras pessoas e não nós mesmos. Estude não só na sua área, mas outros assuntos também, devemos saber um pouco de tudo, a vida requer isso. O conhecimento nunca nos poderá ser tirado; por isso estudar, viajar, conhecer pessoas interessantes não tem preço. O conhecimento, no entanto, só pode ser adquirido quando nos livrarmos de modismos impregnados por essa sociedade, enquanto ficarmos fissurados por roupas, carros, apartamentos, a vida passa e quando nos damos conta vivemos e não fizemos nada de interessante. A vida deve ser vivida, sentida, compreendida; não podemos ser apenas consumidores na vida.

Desculpe, por tudo que escrevi, quem sabe algumas coisas que escrevi, você pensa diferente. Mas essas “coisas” citadas ajudam-me a poder conviver melhor com a vida. Antes de qualquer coisa, precisamos nos entender, nos autocompreender, assim ficará mais fácil conviver com os demais (ou n conviver). A vida para pessoas como nós será uma eterna "tortura", se acostume; e acima de tudo seja bem-vinda ao pequeno grupo que pensa (e sofre). Existem muitas pessoas que pensam como você e como eu , não se preocupe, mesmo que pareça não estamos sozinhos, existem muitas pessoas como nós, por isso viajo sempre, gosto de conviver com pessoas que pensam como eu e provavelmente você. Sempre é necessário fugir da normalidade que nos é imposta.....

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NÃO VEJO

* Escrito por Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br


Inúmeros leitores me enviaram mensagens pedindo que eu critique o "lamentável" Big Brother Brasil. Estão impressionados com a baixaria e com a mediocridade. Exigem comentários firmes e esclarecedores. Parece que cada ano fica pior. Se de fato isso acontece, é um fenômeno. Não é fácil piorar o que é ruim por essência. Fico feliz em ser identificado como porta-voz dos indignados. Quem sabe, por obra do destino, não me transformo num paladino da moral e dos bons costumes? Eu me vejo bem no papel de guardião dos altos valores sociais. Assim como vejo o Romário no papel de deputado. É só uma questão de tempo. Podia ser depois do futevôlei.

Mas não posso comentar o BBB. Não vejo mais. Em outros tempos, por razões profissionais, sou professor de crítica de mídia, eu via. De resto, via tudo avidamente, embora, diante das visitas, inventasse uma desculpa tipo "é só para discutir com meus alunos". Quer dizer, tudo o que podia. Não vejo mais. Perdi o pique. Estou velho e seletivo. Conta-se que a ditadura militar atrasou a entrada do controle remoto no Brasil a pedido da amiga Rede Globo. A empresa de Roberto Marinho temia perder audiência se as pessoas pudessem mudar de canal sem sair do lugar. Eu uso o controle remoto impiedosamente. Baixou o nível, mudo na hora. Sinto-me o dono do mundo. Na boa. Conheço um cara que mira o controle remoto na mulher. Como não funciona, troca as pilhas e segue tentando.

Em vez de me aborrecer com a baixaria do BBB e com o besteirol do Pedro Bial, vejo "Ribeirão do Tempo". É uma novela legal. Já me diverti muito com o prefeito Ari Neto, conhecido como Ari Jumento. Tem pouco prefeito Ari por aí. Mas o que tem de jumento. É o tipo de crítica social e política que me agrada. Tem também o professor Flores, de História, que foi torturado durante a ditadura, essa mesma ditadura que a Folha de S.Paulo chamou em editorial de "ditabranda", lembrando-se, talvez, do seu apoio aos administradores fardados, cujos arquivos, apesar de a esquerda já estar no seu terceiro mandato presidencial, ainda não foram abertos. Recomendo para todos: a novela e o controle remoto. Sou noveleiro.

Outra recomendação que faço, embora saiba da resistência que ela provoca, é a leitura de livros. Não tem contraindicações. Se não forem os do Paulo Coelho. Sou contra a tortura e a autoflagelação. Tenho dificuldades para entender o que leva alguém a ver aquilo que lhe faz mal. Quem viu o BBB1, viu todos. A única coisa boa é que, dificilmente, fica alguma coisa na memória da gente. O nada não ocupa espaço. O BBB, desde o começo, pode ser traduzido como Baita Baixaria Brasileira. A fórmula, porém, é estrangeira. É preciso pagar royalties pela baixaria. Outra possibilidade é, na praia, olhar a lua e as estrelas. Mas não se pode apontar com o dedo que cria verruga. Minha tia querida, que já partiu, também não nos deixava abrir os braços na porta. Não prestava. Que coisa! Só que dava uma vontade maluca de abrir. Uau!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

PISO SALARIAL DOS PROFESSORES

Rio Grande do Sul se retira da Ação contra piso dos professores
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a retirada do estado da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que questiona a legalidade da Lei do Piso Salarial Nacional dos Professores. Agora são quatro os estados que contestam a legalidade da Lei do Piso – Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em educação (CNTE) recebeu a notícia com satisfação e pede que o Supremo dê atenção à atitude do governador Tarso Genro. “Nós esperamos que os juízes do Supremo Tribunal julguem em breve a Adin e a avaliem com os olhos do governador Tarso Genro”, ressaltou o presidente da entidade, Roberto Leão.

A Lei do Piso foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva em 16 de julho de 2008. Na ocasião, o valor fixado para o vencimento dos professores de nível médio era de R$950,00 para uma jornada de no máximo 40 horas semanais, a ser pago a partir de janeiro de 2009. Este valor deveria ser corrigido ano a ano, sendo de R$1.312,85, a partir de janeiro de 2010.

O piso não vem sendo cumprido na maioria dos estados e municípios. Muitos se baseiam na ação, impetrada, em 2008, por cinco estados. Os governadores de Santa Catarina; Rio Grande do Sul, na época governado pela tucana Ieda Crucis; Paraná; Mato Grosso do Sul e Ceará, questionaram a legalidade da lei.

Na época a alegação era de que os estados não possuíam recursos para o pagamento, argumento negado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, o texto que criou o Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2006, já previa a instituição de um piso nacional para os professores.

"Eu entendo que essa Adin não deva prosperar porque foi feita uma mudança na Constituição prevendo o piso. Então se foi feita uma emenda constitucional, não há porque julgar inconstitucional uma lei que regulamenta esse dispositivo", alega o ministro.

Aguardando julgamento

Em dezembro de 2008, o STF julgou a ação e reconheceu a legalidade da Lei, com a limitação de dois dispositivos: o da composição do piso e o que trata da jornada fora de sala de aula. Estes dois pontos ficaram para ser julgados mais tarde. O atraso no julgamento preocupa os educadores.

“O não julgamento da Ação tem causado um problema enorme que são as múltiplas interpretações que os gestores fazem da lei. Temos que acabar com isso, para que possamos construir uma educação pública de qualidade”, afirma Leão, lembrando as diversas manifestações da entidade pelo julgamento da ação.

Nos dias 16 e 17 de fevereiro, a nova executiva da CNTE, eleita no último dia 16 de janeiro, durante o 31º Congresso Nacional da CNTE, debaterá o plano de lutas de 2011 e o cumprimento do Piso Salarial é pauta. Para a CNTE, o julgamento da Ação em favor dos professores não será apenas uma vitória da CNTE ou dos professores.

“Não são apenas os professores que saem vitoriosos com um julgamento favorável ao Piso. É toda a população brasileira que vai poder contar com professores trabalhando em condições melhores do que aquelas que eles trabalham hoje do ponto de vista salarial”, concluiu Leão.

Com informações da CNTE

www.vermelho.org.br - 31/01/11

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

SLAVOJ ZIZEK

Acredito que todos deveriam ler e ouvir, ao menos uma vez na vida, o filósofo Slavoj Zizek, ultimamente estou lendo seus textos quase que diariamente, suas entrevistas são uma atração a parte, tanto pela sua inteligência quanto pela sua inquietude corporal . Abaixo segue um pouco de Zizek, baseado em dados fornecidos pelo Wikipédia.

Slavoj Zizek nasceu em 21 de Março de 1949, é um sociólogo, filósofo e teórico crítico esloveno. É professor da European Graduate School e pesquisador sênior no Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana. É também professor visitante em várias universidades estadunidenses, entre as quais está a Universidade de Columbia, Princeton, a New School for Social Research, de Nova Iorque, e a Universidade de Michigan.
Nascido na antiga Iugoslávia, em Liubliana, hoje capital da Eslovenia, doutorou-se em Filosofia na sua cidade natal e estudou Psicanálise na Universidade de Paris. Žižek é conhecido por seu uso de Jacques Lacan numa nova leitura da cultura popular, abordando temas como o cinema de Alfred Hitchcock e David Lynch, o leninismo e tópicos como fundamentalismo e tolerância, correcção política, subjectividade nos tempos pós-modernos e outros.
Em 1990, candidatou-se à presidência da República da Eslovenia.

Segundo Žižek, o "real" resulta ser um termo bastante enigmático, e não deve ser equiparado com a realidade, uma vez que a nossa realidade está construída simbolicamente; o real, pelo contrário, é um núcleo duro, algo traumático que não pode ser simbolizado (isto é, expressado com palavras). O real não tem existência positiva; só existe como abstracto.
Para Žižek, a realidade pode ser desmascarada como uma ficção; bastam ter presente certos aspectos - pontos indeterminados - que têm que ver com o antagonismo social, a vida, a morte, e a sexualidade. Temos que enfrentar com estes aspectos se quisermos simbolizá-los. O real não é nenhuma espécie de realidade atrás da realidade, mas sim o vazio que deixa a própria realidade incompleta e inconsistente. É o espectro do fantasma; o próprio espectro em si é o que distorce a nossa percepção da realidade. A trilogia do simbólico/imaginário/real se reproduz dentro de cada parte individual da subdivisão. Há também três modalidades do real:
• O "real simbólico": o significante reduzido a uma fórmula sem sentido (como em física quântica, que como toda ciência parece arranhar o real, mas só produz conceitos apenas compreensíveis)
• O "real real": uma coisa horrível, aquilo que transmite o sentido do terror nas películas de terror.
• O "real imaginário": algo insondável que permeia as coisas como um pedaço do sublime. Esta forma do real torna-se perceptível na película Full Monty, por exemplo, no facto de que na nudez dos protagonistas desempregados, estes devem despir-se por completo; noutras palavras, através deste gesto extra de degradação "voluntária", algo da ordem do sublime se faz visível.
A psicanálise ensina que a realidade (pós-moderna) precisamente não deve ser vista como uma narrativa, mas como o sujeito o há de reconhecer, suportar e ficcionar o núcleo duro do real dentro de sua própria ficção.
Zizek afirma que o simbólico inaugura-se com a aquisição da linguagem; é mutuamente relacional. Assim, sucede aquilo de que "um homem só é rei porque os seus súbditos se comportam perante ele como um rei". Ao mesmo tempo, permanece sempre uma certa distancia no que diz respeito ao real (excepto na paranóia): nem só é louco o mendigo que pensa que é rei, também aquele rei que verdadeiramente crê que é um rei. Uma vez que efectivamente, este último só tem o "mandato simbólico" de rei.
• O real simbólico é o significante reduzido a uma fórmula sem sentido.
• O imaginário simbólico qual símbolos jungianos.
• O simbólico simbólico como o falar e a linguagem como sentido em si.
• O visor do monitor como forma de comunicação no ciberespaço: como um interface que nos leva a uma mediação simbólica da comunicação, a um abismo entre quem seja que fala e a "posição de falar" em si (p.ex. a alcunha, ou a direcção de correio). "Eu" nunca "de facto" coincido exatamente com o significante, não me invento a mim mesmo; em contrapartida, a minha existência virtual foi, em certo sentido, já confundida com o surgimento do ciberespaço. Aqui cada um, deve chegar a entender-se com uma certa insegurança, mas não pode ser resolvida como num simulacro de contingente pós-moderno.
Aqui também, como na vida social, as redes simbólicas circulam á volta dos núcleos do real, deste modo, as redes simbólicas, são a nossa realidade social.
O imaginário, segundo Žižek, encontra-se situado ao nível da relação do sujeito consigo mesmo. É como o olhar do Outro na etapa do espelho, a falta em esse reconhecimento ilusório, como conclui Jacques Lacan citando a Arthur Rimbaud: "Eu sou um outro" ("Je suis un autre"). O imaginário é a fantasia fundamental que é inacessível á nossa experiência psíquica e se eleva do espectro fantasmático em que encontramos objectos de desejo. Aqui também podemos dividir o imaginário entre um real (o fantasma que assume o lugar do real), um imaginário (a imagem/espectral em si que serve como isco) e um simbólico imaginário (os arquétipos de Jung e o pensamento New Age). O imaginário nunca pode ser agarrado, já que todo discurso sobre ele sempre estará localizado no simbólico.
Todos os níveis estão interligados, de acordo com Jacques Lacan (desde o seminário XX para a frente), numa forma de nó gordiano, como três anéis enlaçados juntos de maneira que se um deles se desenlaçara, o resto também cairia.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ACEITAÇÃO DA TRAIÇÃO

Existem alguns fatos, que mesmo esforçando-me não sou passível de entendê-los ou melhor é passível de entendimento, mas querer um estudo de caso, com auxílio da psicologia, da filosofia e da sociologia. Como indivíduos podem conviver juntos sobre o jugo constante da traição numa relação?, parece que trair e ser traído tornou-se algo normal, natural. Saber que foi traído para algumas pessoas tem um peso menor, do que viver distante da sua pessoa "amada". O fato de estar longe, distante, separado, da pessoa "escolhida" é tido como algo mais doloroso, do que ser constantemente traído. Ter confiança no outro, para muitos está em segundo plano. É preferível para alguns ter apenas a presença corporal do outro, mesmo em desconfiança plena, em deprimento da presença de espírito, de alma, de confiança. É sabido por todos, que para a manutenção de uma relação amorosa, é necessário confiança; no entanto, ás vezes muitos preferem ter a "posse" do outro, e não seus sentimentos reais. Viver em constante traição numa relação amorosa é uma ilusão, é achar que fatos mudarão. A traição pode surgir de muitas maneiras, atração física ou intelectual para com outra pessoa, paixão desenfreada e momentânea, um modo de vingança devido a traição de uma das partes da relação, diminuição do amor pela outra pessoa, não valorização da relação por uma das partes, diferenças significativas entre o antes e o após o casamento, desinteresse pela manutenção da relação, diferenças individuais, entre outras. Mesmo com tudo isso, muitas pessoas insistem na "posse" em ter o outro, fazendo da aceitação da traição, num modo inerente ao relacionamento. É uma vida de faz-de-conta, de imaginação. A realidade nesses casos, sempre surge, tardiamente mas surge, nem sempre do modo correto...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O VELÓRIO, A FARRAPOS E AS DEVASSAS

Como todos sabem, não resisto a uma viagem, independente para onde for, não resisto mesmo. No entanto essa semana recebi um convite inusitado. Recebi um convite para ir a um velório em Porto Alegre. Não resisti...aceitei o convite. Quanto ao defunto, não tive o prazer de conhecê-lo em vida, mesmo assim, aceitei o convite de passar a noite acordado na Capital, irresistível..., e a viagem então, melhor ainda... Para variar consegui convencer um amigo para ir junto, acho que sou bem persuasivo, imagina convencer alguém a ir junto num velório de um desconhecido. Não me senti bem no velório, não por não conhecedor o dito finado e a família, mas pelo ambiente, local muito chique.... nunca gostaria de se enterrado num local desses. O caixão foi levado a sepultura por uma espécie de elevador e percorreu uma enorme galeria subterrânea até encontrar o seu recinto definitivo, acima da sepultura um enorme gramado com placas indicando o local de cada indivíduo, sem nome nas placas, apenas um número de identificação, muito chique...to fora disso. Mas anterior a isso, meu amigo, curioso, enganou-se de velório, e trocou de defunto (havia vários velórios acontecendo ao mesmo tempo, mas de modo separado), permaneceu junto ao caixão de outro desconhecido, não do nosso defunto desconhecido. Como bom boêmio, chegou determinado momento na madrugada não suportei o tédio, resolvi tomar uma cervejinha. Deixei meu amigo no velório do defunto desconhecido e partí para a Farrapos, para quem não sabe ou é meio desavisado, na Avenida Farrapos se concentra o maior número de prostitutas e travestis por metro quadrado da Capital. É preciso tomar cuidado...após conseguir chegar a um determinado bar, e sentar, respirei alivado, ninguém me passou a mão na bunda ou em outro local. Mas como para tudo na vida, tem a primeira vez, entrei em contato com a "devassa", no começo fiquei meio incrédulo, mas topei o desafio. Para quem não sabe, "devassa", é o nome de uma nova cerveja que está no mercado. Com o sol para nascer, deixei as "devassas" de lado e resolvi voltar ao velório do desconhecido, pois meu amigo estava por lá a minha espera. Nesse meio tempo meu amigo já tinha percorrido todos os velórios, e sabia todos os detalhes do falecimento dos ditos cujos, ele é um bom relação pública. Eu gosto de andar, conhecer lugares diferentes, ele ao contrário, gosta mesmo é de conversar com desconhecidos. Foi uma longa noite...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

IMAGINE

Imagine*

Imagine não existir paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje

Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que matar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
você se juntará a nós
E o mundo será como um só

Imagine não existir posses
Me pergunto se você consegue
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade de homens
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo será como um só


*Mùsica de John Lennon