quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MIKHAIL BAKUNIN

Estou lendo "Deus e o Estado" de Mikhail Bakunim, não se trata de um livro, é uma éspécie de fragmentos de cartas ou um relatório, datado de 1882. Na verdade, estou escrevendo não em razão do conteúdo exposto nesses fragmentos de cartas, até em razão de que discordo de alguns pontos do autor. O que chamou-me atenção foi a biografia de Bakunin.

Segundo Carlo Cafiero e Elisée Reclus (Genebra,1882) "...amigos e inimigos sabem que este homem foi grande no intelecto, na vontade, na energia perseverante; sabem que grau de desprezo ele ressentia pela fortuna, pela posição social, pela glória, todas estas misérias que a maioria dos humanos têm a baixeza de ambicionar. Fidalgo russo, aparentado da mais alta nobreza do império, entrou, um dos primeiros, nesta orgulhosa associação de revoltados que souberam se libertar das tradições, dos preconceitos, dos interesses de raça e de classe, e desprezar seu bem-estar. Com eles enfrentou a dura batalha da vida, agravada pela prisão, pelo exílio, por todos os perigos e todas as amarguras que os homens devotados sofrem em sua existência atormentada.

Uma simples pedra e um nome marcam no cemitério de Berna o lugar onde foi depositado o corpo de Bakunin. E, talvez, muito para honrar a memória de um lutador que tinha as vaidades deste gênero em tão medíocre estima! Seus amigos não farão construir para ele, certamente, nem faustosos túmulos nem estátua. Sabem com que amplo riso ele os teria acolhido se lhe tivessem falado de um jazigo edificado em sua glória. Sabem também que a verdadeira maneira de honrar seus mortos é continuar sua obra - com o ardor e a perseverança que eles próprios dedicam a ela."

A trajetória de Bakunin é marcado por idéias e reflexões, podendo ser destacadas o conceito de liberdade, o ateísmo, o anarquismo coletivista, o federalismo, o materialismo, a crítica ao marxismo, a educação integral e a concepção de revolução social. Bakunin é um ícone do anarquismo e da revolta; a sua imagem segue sendo reproduzida em grafites nas ruas de grandes centros urbanos ou impresso em revistas, pets, camisetas e zines, em grande medida entre os adeptos da subcultura anarco-punk. Não é incomum que em algumas noites grupos de jovens entrem no cemitério e se reúnam para beber junto ao túmulo de Bakunin.
Com certeza, Bakunin almejaria sempre jovens bebendo ao redor de seu túmulo e discutido os problemas sociais, do que uma lápide majestosa de concreto, repleta de flores de pástico...sem vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário